A Espanha pode ser o primeiro país da Europa a ter uma lei que autorize a baixa médica por dores menstruais, como já fazem o Japão, a Indonésia e a Zâmbia.
No entanto, a medida tornou-se motivo de debate. Caso ela entre em vigor, mulheres que têm dores incapacitantes durante o período menstrual poderão ficar em casa ao invés de sofrerem no trabalho. Estas mulheres terão de apresentar um atestado de seu médico para terem direito à baixa.
Polêmica
Neste debate, algumas pessoas posicionaram-se contra a medida por entenderem que as mulheres perderiam oportunidades de emprego ou, ainda, que algumas mulheres usariam a medida como desculpa para não irem ao trabalho.
Sobre a perda de oportunidades, pode-se dizer que as mulheres já estão “acostumadas” com este tipo de discurso. Por exemplo, no caso de “maternidade versus carreira”, que ainda é uma questão para muitas empresas.
Agora, com relação a algumas mulheres aproveitarem-se da medida para se ausentarem do trabalho, é por isso que a medida não abrange todos os casos, somente quando a necessidade do afastamento é atestada por um médico. E se for por esta lógica, uma pessoa pode alegar uma série de motivos para faltar ao trabalho e não ser algo verdadeiro. O trabalho não deve ser, antes de tudo, uma relação de confiança?
Medida para quem sente dores menstruais
Algo importante de se perceber nesta questão é qual é o papel de cada um neste debate de ideias. Será que um homem pode falar a respeito, já que não sabe como é sentir estas dores? Será que uma mulher que tem um período menstrual sem sintomas graves tem legitimidade para ser contra a aprovação da medida?
É um tema a se pensar. O importante é que se fale sobre o assunto.
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Por Cristine Rocha
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