A autoconsciência, dita a primeira competência da Inteligência Emocional, por vezes é esquecida por nós. Vamos falar, neste artigo, sobre o motivo deste esquecimento e como relembrar este processo.
Ser autoconsciente significa ter uma compreensão sobre as próprias emoções. É ser honesto consigo mesmo sobre as suas características, virtudes e dificuldades.
Fazer este mergulho em si, como diz o título deste artigo, requer coragem e disposição para estar em frente ao espelho sem máscaras ou desculpas. Trata-se de querer evoluir e colocar esta evolução acima de melindres e medos.
Não significa, entretanto, excesso de autocrítica, apenas uma honestidade e transparência consigo mesmo. É a capacidade de ter uma conversa franca consigo sobre quem, de fato, você é.
Uma importante característica de uma pessoa com elevado nível de autoconsciência é o fato de que ela não teme ser vista como fraca por assumir seus defeitos. Simplesmente entende que as limitações fazem parte da vida de todo ser humano.
Podemos dizer que a autoconsciência leva a uma autoconfiança, já que saber quem somos e do que somos capazes faz com que estejamos empenhados em ultrapassar as nossas dificuldades. Com isto, buscamos superar os obstáculos do caminho em prol da satisfação.
O impacto nos outros
A autoconsciência está ligada à nossa capacidade de olhar para nós mesmos, mas é claro que este processo afeta as pessoas que nos rodeiam. Não é suficiente em uma relação de trabalho que você se perceba como uma pessoa sincera e respeitosa, se para os demais você é visto como grosseiro e arrogante.
É importante que haja um cuidado em fazer uma análise honesta de quem você é, porém, sem deixar de considerar a forma como as outras pessoas lhe percebem. Afinal, vivemos em sociedade, e o processo de comunicação, por exemplo, nos ensina que de nada adianta querer comunicar algo se a mensagem em si não chegar da forma esperada ao seu interlocutor.
Podemos dizer que a autoconsciência é um processo intrapessoal que afeta também as relações interpessoais, afinal uma pessoa que não tem consciência de si mesmo terá dificuldade, por exemplo, em lidar com críticas, mesmo que elas sejam construtivas e feitas com todo o cuidado necessário.
Para aumentar a sua autoconsciência
Se você ficou interessado em ampliar a sua autoconsciência, vamos passar, a seguir, alguns exercícios apresentados por Robert Steven Kaplan, que foi professor da Faculdade de Gestão de Harvard. Estes exercícios o ajudarão a desenvolver a capacidade de olhar para si mesmo e compreender as suas emoções, valores e atitudes.
“O seu melhor eu”
Primeiramente, a orientação é que você relembre uma altura da sua vida em que você se sentiu no seu melhor, em que você se sentia fazendo um trabalho excelente e do qual gostava.
Relembre e escreva com o máximo de detalhes o que fazia, como era o ambiente, como eram as pessoas, o que você gostava mais neste trabalho, como era seu chefe, se é que você tinha um.
Depois, pense no que pode aprender com esta memória e o que ela lhe diz sobre o que pode satisfazer você agora. Escreva todos estes pensamentos.
Modelos mentais
Outra abordagem do professor é a utilização de modelos mentais. Assumir uma situação hipotética e depois dizer o que faria e porquê.
Seguem os exemplos publicados em seu artigo “Duas formas de clarificar as suas paixões profissionais”.
- “Se apenas tivesse mais um ano para viver, como o passaria? O que é que isso lhe diz sobre aquilo que aprecia e por que sente paixão?”
- “Se tivesse dinheiro suficiente para fazer aquilo que quisesse, que trabalho ou carreira escolheria?”
- “Se soubesse que viria a ter imenso sucesso na sua carreira, que trabalho escolheria hoje?”
- “O que gostaria de dizer aos seus filhos e netos sobre os feitos que alcançou na sua carreira profissional? Como lhes vai explicar a carreira que escolheu?”
- “Se fosse um terceiro a dar-lhe conselhos, o que sugeriria relativamente a uma escolha de carreira profissional?”
Não se preocupe se tiver dificuldade em responder estas questões. Como falámos, trata-se de um processo. E processo este que dura toda a vida.
Por Cristine Rocha
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2 comentários a “Autoconsciência: um mergulho em si mesmo”
[…] primeiro lugar, ela explica que devemos usar a autoconsciência para nos apercebermos de várias […]
[…] que consigamos equilibrar as emoções, é preciso, antes de tudo, um exercício de autoconsciência, para percebermos o que se passa dentro de nós e o porquê de estarmos a agir de determinada […]